CONSELHO.

Meu filho, levante esse corpo surrado
E diga logo: “Já perdi o bastante!”
Retire essa carcaça do sol
E coloque-a na sombra merecida dos derrotados.
Pois se não há um facho de esperança
Não há porque inventar e se ludibriar.
O tempo não é um bem que se desperdice
E a tua beleza, meu filho, merece preservação.
Já que o universo lhe disse “não” nisso ou naquilo,
Procure por um “sim” naquele outro ou acolá!
Todos os dias respiramos bolhas de milagres
E não há porque se desdenhar.
Destruir-se? Açoitar-se?
Repouse e viva consigo mesmo
Antes de retomar um mundo que o espera.
Levante, criança machucada...
A ferida cicatrizará. Será uma lembrança remota!
E parecerá um sonho que você tenha sangrado um dia!